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Arquitetos: Atelier U20
- Área: 550 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Yannick Wegner
Descrição enviada pela equipe de projeto. Devido aos procedimentos burocráticos, os refugiados que chegam à Alemanha estão condenados a suportar um longo período de passividade. No campo de refugiados, localizado nos antigos quartéis americanos Spinelli - em Manheim -, eles estão providos do essencial, ainda que em um entorno imediato bastante desolado e com ausência de qualidade nos espaços comuns.
Nesta situação surgiu o projeto "Construindo Juntos - Aprendendo Juntos". Os 18 estudantes da Faculdade de Arquitetura de TU Kaiserslautern construíram um centro comunitário junto a 25 refugiados. Os refugiados tiveram a oportunidade de dar forma ativa a seu meio ambiente e adquirir novas habilidades, o que será útil, inclusive, caso não possam permanecer na Alemanha de forma permanente. Os estudantes puderam fazer uma contribuição ativa e positiva frente à crise dos refugiados. Como futuros arquitetos, fornecem uma experiência que pode parecer, à primeira vista, luxuosa em um campo de refugiados, mas que corresponde a uma experiência ainda mais importante: a criação de lugares agradáveis e de uma arquitetura de alta qualidade.
Depois de estabelecer os limites junto aos refugiados, os estudantes desenvolveram desenhos de projeto, permissão e execução, assim como uma visualização e planejamento de custos; tudo isso durante um intenso semestre de verão. Desde meados de agosto até finais de outubro, trabalharam e conviveram com os refugiados nos Quartéis Spinelli. Isso gerou como resultado um ambiente de trabalho intenso e dinâmicas de grupo muito positivas. Os espaços internos e externos do edifício são, ora conectados, ora separados a partir de uma sequência cuidadosamente projetada.
As paredes do edifício principal estendem-se ao norte, revelando duas áreas - cada uma com seu próprio caráter específico. Um pequeno espaço fechado com nichos cobertos pode ser utilizado como um jardim, ou um espaço silencioso, enquanto o pátio maior aloja uma sala comum para os eventos - confinada pelos assentos faceando sul e oeste.
Todos os elementos estruturais e as superfícies foram feitas de madeira sem tratamento. Para a proteção contra a umidade durante o processo de construção e com o objetivo de fabricar estas peças em apenas seis semanas, os componentes de grande formado foram prevaricados em um hangar da antiga instalação militar e montados no lote com alta velocidade e precisão. O peso leve da madeira permitiu o transporte de grandes elementos por meios simples e simultaneamente reduziu a profundidade das fundações ao incorporar as paredes como treplicas. Dessa forma, tanto os custos das fundações, quanto o impacto ecológico negativo do concreto foram reduzidos ao mínimo.
Com o objetivo de fazer o melhor uso possível de toda a mão de obra disponível, e de reduzir os custos de construção, não foram utilizadas máquinas de grande porte. Em segundo lugar, optou-se por construções simples que permitiram a economia de materiais. As paredes e vigas de placas de madeira -de 3 por 5 cm- são representações simbólicas desse método: aparafusados a uma trama de cinco camadas dispostas de forma vertical e diagonal, constroem uma estrutura de suporte altamente eficiente para paredes e vigas. A estrutura ornamental da lugar à expressão arquitetônica única do edifício. Potencializado pela interação da luz, é reconhecido pelos refugiados como uma recordação dos ornamentos orientais e como um gesto de identificação em um lugar estrangeiro.
Originally published on December 11, 2017